O cantor britânico Ozzy Osbourne não escondeu a emoção e reverenciou, não apenas uma, mas várias vezes as 39 mil pessoas que foram ao estádio do Palestra Itália, no último sábado (5), em São Paulo. O carismático madman finalizou a sua terceira passagem pelo Brasil com uma bela apresentação, que além de promover o seu mais recente álbum, Black Rain, contou em seu repertório com os grandes sucessos de sua carreira frente ao Black Sabbath e de seus três discos em carreira solo.
A abertura do evento ficou a cargo do Black Label Society. Antes de sua exibição, o grupo utilizou um pano gigantesco estampado com o logo da banda para esconder o palco. Liderado pelo guitarrista Zakk Wylde, que também é integrante da banda de Ozzy Osbourne, a banda entrou em cena, pontualmente às 19h30, com uma introdução ao piano.
Mesmo com um visual bem ao estilo motorocker agressivo e uma montanha de amplificadores enorme, por incrível que pareça, o público recebeu o BLS de forma fria e poucas as pessoas se renderam ao idolatrado Zakk Wylde. Talvez seja por isso, que o guitarrista, reconhecido como o braço direito de Ozzy, ficou visivelmente irritado com a galera. Alguns fãs chegaram a pedir bis, mas em vão. A produção de palco não esperou nem o último acorde para invadir o palco e retirar todo equipamento de Zakk & Cia.
Assim que terminou o show do BLS, muita gente aproveitou para sentar no gramado e descansar. Uma boa parcela parecia não se importar com a próxima banda. Já uma outra boa parcela, estava ansiosa para a segunda atração da noite, os norte-americanos do Korn, um dos principais nomes do enjoado nu metal.
O quarteto liderado por Jonathan Davis entrou no palco às 20h30 e começou logo a sua apresentação com “Right Now”, “A.D.I.D.A.S.” e “Hold On”. Só estas três primeiras músicas já evidenciaram que não era necessária uma enorme parede de amplificadores para executar um som extremamente pesado. Foi perceptível como alguns fãs de Ozzy e BLS ficaram atônitos com a sonoridade e performance da banda.
Em seguida, o líder do Korn agradeceu a presença de todos e anunciou, para delírio da galera, um antigo clássico: “Falling Away From Me”. Como se não bastasse toda a empolgação, os caras emendaram brilhantemente mais um clássico: “Coming Undone”, música em que encaixam o refrão de “We Will Rock You”, do Queen, sem soar forçado. Depois foi a vez da grudenta ”Here to Stay” e “Faget”. Nesta última, o tecladista contratado Zac Baird agitou tanto que acabou derrubando todo o seu equipamento no chão, para desespero dos roadies.
Apesar do trio oficial formado por Jonathan Davis nos vocais, James "Munky" Shaffer na guitarra e Fieldy no baixo, o Korn conta com vários músicos de apoio: o endiabrado albino Kalen Chase (percussão e backing vocals), Shane Gibson (guitarra), Ray Luzier (bateria) e mais um DJ mascarado, que ficou o tempo todo escondido.
Antes de tocar cada música, a banda emendava uma composição na outra utilizando-se de alguns arranjos, mixagens e efeitos, grande exemplo foi antes de apresentar outro grande sucesso, “Freak on a Leash”, do álbum Follow the Leader.
Dando continuidade ao show, tocaram “Evolution” e “Somebody Someone”. Antes de terminarem a exibição com a dobradinha “Got the Life” e “Blind”, o frontman agradeceu principalmente aos fiéis fãs da banda e a Ozzy Osbourne por mais uma oportunidade dada ao grupo, desta vez no Brasil.
Me desculpem os fãs de Ozzy Osbourne, super conservadores e tradicionais, mas o show do Korn foi animalesco. Mesmo com todo preconceito e repulsa que envolve o nu metal, somos obrigados a reconhecer que a performance do grupo é digna dos mais expressivos elogios. Faz tempo que o público brasileiro precisava ver algo deste estilo. Jonathan Davis arregaçou no vocal e a banda de apoio mandou muito bem também. Fora isso, a escolha do set foi muito bem acertada, mesclando composições mais recentes com músicas já consagradas pelo público.
Vejam também uma entrevista do Baixista do KoRn o Fieldy para o site Virgula.
É isso aew
Grande abraço a todos
Thiago
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